segunda-feira, 4 de junho de 2012

Recife realiza o primeiro casamento gay em penitenciária

A cerimônia contou com o apoio da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado


Ao som dos atabaques e tambores tocados pelo grupo de reeducandas do Bom Pastor, Colônia Penitenciária Feminina localizada em Iputinga, o Recife foi a primeira cidade brasileira a realizar uma união homossexual dentro de unidades prisionais.
Ao todo, foram 14 casais gays e heterossexuais que participaram da cerimônia, que iniciou às 18h desta quinta-feira (24). “Vamos ampliar esse direito”, contou o secretário executivo de ressocialização, Romero Teixeira, que também compareceu ao casamento coletivo. Com o apoio da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado, a cerimônia contou com a presença de representantes do candomblé, da igreja católica, além da diretora do presídio, Alana Couto, e a representante e idealizadora das reeducandas, Priscila Teixeira.
“Elas que me procuraram para perguntar se seria possível realizar a cerimônia. Com isso, nós atendemos ao pedido e a cinco meses a gente vem acompanhando cada uma delas, politicamente e psicossocialmente, através de psicólogos e assistentes sociais, para que não pensem que o casamento é apenas uma festa, e sim, que saibam também que existem implicações resultantes da união civil”, explicou Alana Couto. Segundo a diretora, no início do processo existiam, ao todo, 35 casais, que foram desistindo com o passar do tempo, finalizando nos 14 que concretizaram a cerimônia nesta quinta.
A emoção e a ansiedade tomaram conta da noite. “Está sendo lindo, eu acho que a sociedade está nos vendo com outros olhos, porque antigamente nos éramos muito discriminadas, mas o governo nos apoiou e, hoje, estamos casadas”, contou uma das noivas, Ana Paula Teixeira, de 29 anos.
A união entre casais do mesmo sexo foi legalizada em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que inclui os mesmos direitos dos casais heterossexuais. “A única preocupação que temos é com a sociedade, apesar de estarmos lutando pelos nossos direitos”, enfatizou a reeducanda Argentina de Jesus, que está presa há cinco meses, que não quis revelar o motivo de sua prisão por ser hoje ser "um dia de festa". “Tenho orgulho de ser gay e luto pelo meu direito. Eu quero respeito, acima de tudo sou um ser humano, então mereço ser respeitada como tal. Hoje em dia nós somos acobertados pela lei porque a homofobia é crime e dá cadeia também”, defendeu.
A ocasião também contou com a ornamentação confeccionadas pelas reeducandas, que participaram de uma oficina de artesanato no presídio.

creditos ao site www.leiaja.com

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